quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Caminhos cruzados

Criada há dez anos pelos diretores Marcio Abreu, Giovana Soar e Nadja Naira, a Companhia Brasileira de Teatro ganhou projeção com o sucesso dos espetáculos “Volta ao dia...”, “Suíte 1” e “Apenas o fim do mundo”, até hoje integrantes do seu repertório. Mas antes mesmo de ingressar no grupo, Giovana Soar teve contato com o diretor Benoît Lambert, criador do Théâtre de La Tentative, a companhia francesa convidada para o evento e que, desde a sua formação, em 1993, já esteve outras vezes no país.

As relações entre os 2 grupos se estreitaram a partir de um encontro em 2004, no Riocenacontemporânea, quando os curitibanos apresentaram 2 espetáculos e os franceses trouxeram a peça “Ça ira quand même”. Conhecida pelo diretor e também pelo ator Emmanuel Vérité – outro fundador da companhia, Giovana Soar foi chamada a colaborar na tradução do texto para o português. “Antes informal, o encontro no fórum será a primeira parceria para concretizar o desejo mútuo de um intercâmbio efetivo”, diz Giovana.

Já a aproximação com as Compagnie Jakart/ Mugiscué, criada em 2002, em Paris, se deu a partir de 2005, depois de um encontro com o diretor Thomas Quillardet. De novo, foi Giovana Soar quem fez a ponte, colaborando num projeto organizado por ele no ano do Brasil na França. As parcerias no projeto Copi, em Curitiba, e no Riocenacontemporânea, em 2007, fortaleceram os laços não só com o grupo curitibano, mas com a cena teatral brasileira. Recentemente, Quillardet estreou no Rio a peça “O Ateliê Voador”, de Valère Novarina, com elenco carioca.

Os caminhos cruzados em festivais, mostras e fóruns também aproximaram os curitibanos dos paulistas da Cia. Os Fofos Encenam, grupo formado em 1992 dentro do curso de Artes Cênicas da Unicamp. Desde o início interessados em pesquisar a natureza da comicidade, em 2001 os integrantes se reencontraram para a montagem de “Deus Sabia de Tudo...”, de Newton Moreno, espetáculo que marcou a transformação do grupo em companhia profissional de teatro de repertório e o projetou.

Teoria e prática

Em meio a tantos encontros casuais no circuito profissional, os artistas dos 4 grupos de teatro há tempos vinham sentindo necessidade de abrir espaço em suas agendas para uma aproximação mais estreita entre coletivos teatrais que tivessem uma busca semelhante na relação com a arte.

“Estas colaborações e trocas foram valiosas e fundamentais em nossas trajetórias. Agora, com a realização deste projeto, pretendemos dar um passo adiante em nossas parcerias e ampliá-las permitindo que o maior número de pessoas e interessados possa ser contagiado”, conclui Marcio Abreu, curador que convidará um jornalista e um pesquisador do teatro contemporâneo para registrar o evento e dialogar com as companhias.

Como a intensa programação do fórum contempla atividades que permitirão aos participantes conhecer as diretrizes dos trabalhos e o que pensa cada um dos coletivos, a expectativa dos organizadores é a de que, na semana entre os dias 16 e 23 de agosto, ocorra um diálogo aberto entre profissionais, estudantes de artes e interessados em geral, com os workshops e a apresentação de espetáculos selando a união da teoria com a prática.

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